A partir de Setembro de 2008 o Banco Central da Rússia deixou o rublo em “flutuação livre”. A sua cotação começou a baixar impetuosamente em relação ao dólar e ao euro, desvalorizando-se em quase 35%. Mas segundo alguns economistas as desvalorizações podem desempenhar frequentemente um papel positivo.
A palavra “desvalorização” desanima qualquer pessoa mas na verdade é simplesmente um termo que significa diminuição da cotação do dinheiro nacional, o que aconteceu novamente com o rublo russo nos últimos meses. Se em julho 2008 o dólar sofreu uma redução recorde – 23 rublos, em Janeiro-Fevereiro 2009 a nota Americana vendeu-se por 36-37 rublos. Contudo no início de abril a cotação do dólar retrocedeu e estabilizou-se a 33 rublos. A maioria dos russos até hoje não compreendem por que motivo o governo permitiu o rublo afrouxar tanto.
O caso é que o decrescimento da cotação foi a única solução para a Rússia nas condições da queda dos preços a petróleo. Com efeito, o lucro da exportação do ouro preto cobre até 50% das receitas do orçamento, e as previsões iniciais foram calculadas ainda antes da crise, quando os indicadores de custo do barril excediam o actual em 1,5-2 vezes. A inactividade do Governo podia ter levado simplesmente à falência do país.
Outro motivo de tais medidas impopulares foi o facto de que, o rublo fraco aumenta o afluxo à Rússia, logo em parte a Petersburgo, dos investimentos estrangeiros. Ganham sobretudo exportadores das matérias-primas porque o gasto da extracção se calcula em rublos, e venda se efectua em dólares e euros.
Assim a Gazprom (empresa pública de energia russa) ganhou graças à desvalorização 450.000.000 rublos além do planeado, a LUKoil (empresa petrolífera russa) 820.000.000 rublos.
Ao mesmo tempo o rublo enfraquecido eleva a capacidade de concorrência dos artigos russos no mercado internacional. (por ex. uma das nossas fábricas vende as peças a 200 rublos, uma empresa americana a 8 dólares, o que é igual quando o dólar custa 25 rublos. Mas quando este é 33 rublos é mais proveitoso comprar a mercadoria russa)
Tiraram vantagem os que guardaram dinheiro em dólares e euros e os russos que recebem o salário em moeda estrangeira, apesar de haver agora cada vez menos desses felizardos.
E afinal, o crescimento do dólar e euro inevitavelmente torna caros os artigos importados, dos quais na realidade dependemos muito. Por isso, a desvalorização do rublo vai ser sentida por todos nós.
No entanto se o governo não se tivesse atrevido a desvalorizar a moeda russa, não teríamos evitado a subida da inflação e mais, encontrávamo-nos agora em pleno fracasso de toda a economia ter esgotado rápidamente a reserva de estabilização.
(Olesya Ponkrateva - Tatiana Shavluik - SPBGU)
A palavra “desvalorização” desanima qualquer pessoa mas na verdade é simplesmente um termo que significa diminuição da cotação do dinheiro nacional, o que aconteceu novamente com o rublo russo nos últimos meses. Se em julho 2008 o dólar sofreu uma redução recorde – 23 rublos, em Janeiro-Fevereiro 2009 a nota Americana vendeu-se por 36-37 rublos. Contudo no início de abril a cotação do dólar retrocedeu e estabilizou-se a 33 rublos. A maioria dos russos até hoje não compreendem por que motivo o governo permitiu o rublo afrouxar tanto.
O caso é que o decrescimento da cotação foi a única solução para a Rússia nas condições da queda dos preços a petróleo. Com efeito, o lucro da exportação do ouro preto cobre até 50% das receitas do orçamento, e as previsões iniciais foram calculadas ainda antes da crise, quando os indicadores de custo do barril excediam o actual em 1,5-2 vezes. A inactividade do Governo podia ter levado simplesmente à falência do país.
Outro motivo de tais medidas impopulares foi o facto de que, o rublo fraco aumenta o afluxo à Rússia, logo em parte a Petersburgo, dos investimentos estrangeiros. Ganham sobretudo exportadores das matérias-primas porque o gasto da extracção se calcula em rublos, e venda se efectua em dólares e euros.
Assim a Gazprom (empresa pública de energia russa) ganhou graças à desvalorização 450.000.000 rublos além do planeado, a LUKoil (empresa petrolífera russa) 820.000.000 rublos.
Ao mesmo tempo o rublo enfraquecido eleva a capacidade de concorrência dos artigos russos no mercado internacional. (por ex. uma das nossas fábricas vende as peças a 200 rublos, uma empresa americana a 8 dólares, o que é igual quando o dólar custa 25 rublos. Mas quando este é 33 rublos é mais proveitoso comprar a mercadoria russa)
Tiraram vantagem os que guardaram dinheiro em dólares e euros e os russos que recebem o salário em moeda estrangeira, apesar de haver agora cada vez menos desses felizardos.
E afinal, o crescimento do dólar e euro inevitavelmente torna caros os artigos importados, dos quais na realidade dependemos muito. Por isso, a desvalorização do rublo vai ser sentida por todos nós.
No entanto se o governo não se tivesse atrevido a desvalorizar a moeda russa, não teríamos evitado a subida da inflação e mais, encontrávamo-nos agora em pleno fracasso de toda a economia ter esgotado rápidamente a reserva de estabilização.
(Olesya Ponkrateva - Tatiana Shavluik - SPBGU)
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